segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Retratos que retratam

E dá-lhe coceira no nariz, pigarro e espirros: lá foi a alérgica atrás das caixinhas repletas de fotografias. A era digital tirou a graça dos espirros, a graça de pegar a foto, de ficar um tempo olhando-as enquanto as lembranças e emoções vêm à pele. A coisa de pele perdeu o sentido quando precisamos ligar o computador, abrir pastas e clicar para a imagem aparecer. E é chato ficar clicando ao invés de passar as fotografias com as próprias mãos. Bem, me baseando, pra não dizer “copiando”, (n)a idéia da Márcia Mesquita, compilei algumas fotos de família, as mais interessantes no quesito figurino. Algumas, confesso, me atentei ao clima do retrato. Já disse aqui sobre traços refletindo o tempo. E nada como os retratos para "retratar" os climas de épocas diversas. Assim como no caso da blogueira que me inspirou, a minha família não tinha muitos recursos, mas andavam bem arrumadinhos. Minha avó costurava e é dela a máquina que eu herdei - infelizmente vendida por uma bagatela. Na foto seguinte, minha mãe - a segunda da esquerda para a direita - veste uma blusa muito legal e a calça do irmão mais velho e faz pose de envergonhada. Minha avó usa um vestido trapézio igual o da Dona Florinda da ponta. Meu tio, com cabelo emo, é o abraçado pela vovó.


Nessa, o vestido que na verdade é azul, mas aparece verde na foto, acinturado em decote V da mamãe. A vovó, continua com o trapézio, menos evasê, dessa vez. Meu tio, super ousado com uma calça roxa e blusa estampada.


Essa eu achei ótima! Além do clima bacana, a blusa listrada da mamys é linda e eu quero uma já! Ela me disse que era uma bata com uma espécie de costura - onde se vê um botão e era muito usada "naquela época". Na parte de baixo ela usava uma pantalona que infelizmente não aparece na fotografia. Os óculos de nerd completam o visual.


Por fim, vovó de pantalona roxa e uma espécie de blusa-colete agarrada a seu disco do Roberto e tomando um líquido que eu não arrisco dizer qual era.

Resolvi guardar o restante pra depois pra não ficar cansativo.

Obrigada a todos que vêm comentando aqui! Fico feliz de não ser mais tão afamada! =)

The Oscar goes to ombros de fora

Não tenho propriedade para discorrer sobre a justiça dos ganhadores e a injustiça dos perdedores, já que não vi nem os concorrentes a Melhor Filme. Mas assistir ao Oscar não é só para os “assíduos do cinema”. Nessas horas você elege os preferidos seja por simpatia ao trabalho, seja pelo que leu por aí. Na edição de aniversário octogenário, com direito a muitas retrospectivas e piadinhas à suposta gravidez do Brad Pitt, elegi o ombro de fora como ganhador de Melhor Ator. Como coadjuvante, a estatueta careca foi para o decote de um ombro só, o tomara que caia e o decote coração. Isso porque eu entendo o coadjuvante como um ajudante da atuação do personagem principal. Em outra palavra, um “coadjudante”.

Como já dizia o funk: "Geral, num ombro só"

Tomara que caia mais coração à mostra
Mais looks do red carpet no site oficial do Oscar

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

These boots are made for walkin

Bons motivos para ser um chato de galochas:
Galochas Plueys


Galochas J. Crew

Galochas Diana Little Lambs


Mais bons motivos nos respectivos sites da Plueys, J.Crew e Diana Little Lambs. Para quem pode, a Plueys entrega no Brasil. Eu fico aqui me sacudindo ou compro as baratinhas da Sete-Léguas.

100% carioca

Ilusorama é o nome da primeira revista voltada ao segmento Moda, que tem todas as etapas de confecção feitas no Rio de Janeiro. O publisher da revista é o stylist Alexandre Schnabl, que conta com presenças de peso como Iesa Rodrigues, Felipe Veloso e Macksen Luiz. A publicação será bimestral e conta com a “descontração editorial” como diferencial. O nome foi escolhido com a intenção de que a magazine seja “um receituário de suaves ilusões para uma vida agradável", como justifica Shnabl. A capa de estréia traz Letícia Birkheuer em um ensaio encarnando Marlene Dietrich nas instalações do Copacabana Palace. A festa de lançamento, apenas para convidados, será hoje no Atlântico Café, em Copacabana. É esperar para ver e ler.


Fonte: Guia Jeans Wear

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Peguei um Taxi Driver

Finalmente vi por completo "Taxi Driver", de Martin Scorsese. Perseverei de fronte a TV esperando a sanguinolência acontecer. A espera é de cerca de uma hora. Essa demora, a meu ver, segue o processo pelo qual o insone Travis - Robert De Niro aos 15 anos de idade -, passa no decorrer da narrativa. O silencioso e esquisitão motorista de táxi reage de maneira cada vez mais agressiva às violências em sua volta. Antes, quase neutro, depois, enlouquecido com a idéia de tirar uma prostituta de 13 anos - Jodie Foster aos 5 anos de idade - da rua e de combater pessoas que considera todas iguais em suas vidinhas tão solitárias quanto a dele. No meio do caminho, tenta um envolvimento com Betsy - Cybill Shepherd com 14 -, mas fracassa porque a leva para um cinema pornô, uma de suas poucas distrações. Análises roterística à parte, o figurino me chamou bastante atenção: Travis é do interior, pacato e monossilábico - estudos comprovam que esse é um perfil comum de homicida. Faz o tipo durão e usa xadrez, bota de couro e casacos militares. Betsy, encantadora militante política, usa vestidos românticos, marcando a cintura e estampas psicodélicas. Íris, a prostituta, usa pantalona, óculos coloridos, shortinhos cintura alta e babados. Essa minha análise descritiva só serviu para dizer que o figurino traduz as referências utilizadas em releituras tão recorrentes aos anos 70, afora o já falado country.
Cinto marcando a silhueta

Ele de xadrez, ela psicodélica

Oncinha, xadrez e riponguice


Estrato de tomate é sempre tendença


Mais informações:

. O filme é de 1976 e concorreu a vários Oscars, dentre eles "Melhor Ator" para De Niro," Melhor Atriz Coadjuvante" para Jodie Foster, na época com apenas 12 anos, "Melhor Diretor" e "Melhor Filme".

. Bernard Herrman, conhecido pelo seu trabalho com Alfred Hitchcock, foi o responsável pela trilha, a última de sua vida.

. Mais aqui e/ou aqui

Perguntei para a Palomino

Olá, Palô! Faço um curso técnico em moda aqui no Erre Jota. Ele é gratuito e destinado a pessoas mais pobrinhas. Parece ser o primeiro curso gratuito nesse formato. Enfim, a minha pergunta é a seguinte: moda é pra quem parcela roupa na Renner em 5 vezes? Beijocas. Priscila, Rio de Janeiro - RJ

Claro, por que não? Gostar de moda e querer acompanhá-la não tem nada a ver com ter grana. Sem falar que as pessoas mais interessantes que conheço não contam com o maior orçamento do mundo, não...! E no Brasil tem esse fundamento divino de parcelar, né? Aprovo 100%.beijosE.

aqui , ó.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

"Vem Carol!"

Lá ia eu caminhando e pensando. Pensava a respeito das bolsas ecológicas e do seu efetivo funcionamento - imagina você colocar cenoura, tomate, chuchu e banana tudo sobre os ombros?! Continuei pensando até que uma cena chamou estranhamente minha atenção: uma senhora, acompanhada de duas crianças, levava numa coleira um... Bode! Parecia uma cena corriqueira de alguém levando o cachorrinho para passear, com a exceção do animal ser substituído por outro quadrúpede! Até que eu descobri que o bode na verdade era cabrita! Como?! A senhora gritava: "- vem, Carol!". A partir daí meus devaneios foram substituídos para o tão falado novo country. Apesar de residir em um lugar onde cachorros são facilmente substituídos por cabritas, olho com certa desconfiança para a nova tendência, por uma questão de gosto. Franjas pra mim, só servem no cabelo. Couro, é sado-masô ou peão de Boiadeiro demais pra mim. O que me resta são o xadrez e os babados. Botas, sou a favor das galochas, coloridas, de plástico e divertidas e muitas vezes fazendo toda a diferença no visual. Lenços, também sou a favor, pelos mesmo motivos divertidos das galochas. Acredito na possibilidade de se compor um look harmônico no que se propõe o new country, mais quando se mistura estilos e tendências diversas do que quando se vira "vaqueira" por completo.

Vestido e galocha "pegando fogo" Do Estilista
O Country Chic de Reinaldo Lourenço
Também Do Estilista, um country masculino urbano

Já Alexandre Herchcovitch, veio com os malvadões que mastigam mato e dizem "hey, garoto"
Finalmente, as galochas da 2nd Floor

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Ronaldo Fraga é uma Brastemp

Ronaldo Fraga, em parceria com a Brastemp, criou o minirrefrigerador Brastemp Retrô. O estilista se utilizou do mesmo discurso de sua coleção de inverno em prol de coisas merecedoras de serem lembradas. Discurso, aliás, muito presente na discussão de uma escrita da História - o que merece ser lembrado e o que deve ser esquecido. Profissões antigas à parte, a marca pretende dar continuidade a esse projeto com o intuito de "incentivar criadores que desenvolvem um trabalho autoral e autêntico". É interessante notar a invasão dos criadores de moda em outros campos que não a criação de roupa. A meu ver, isso se deve ao respeito merecido dado ao mercado em dias de hoje. Além disso, criador é criador. E sua criatura pode ser roupa, sapato, livro, árvore, filho e/ou geladeira.




P.s: a notícia é meio velha, mas o blog é meu e a vida é minha. E a Avon ainda não inventou um creme retardatário para o tempo, poxa...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

grAMY Winehouse

Amy Winehouse venceu em cinco - gravação, canção do ano, artista revelação, melhor álbum pop e melhor interpretação vocal feminina pop - das seis categorias as quais foi indicada. Perdeu apenas para Joni Letters, que a desbancou na catiguria álbum do ano com River. A rehab girl se apresentou direto de Londres, já que o visto para os Estados Unidos foi negado (e depois aceito tarde demais). A sua reação foi de "meninaaaa, eu ganhei??!"


Gostei também da Tina Turner e Beyoncé, Ringo Star e o sempre show do Foo Fighters .

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mas que diabo!

Fui alertada, por alguém mais entendendor de design gráfico que eu, a respeito das informações sobre o vídeo da Prada. Não citei James Jean, o responsável pela concepção artística. Merecedor de citação, vale uma visita em seu site, seja para equiparar o início com o fim, seja para conhecer mais a respeito. Em seu blog ele fala exatamente qual foi o seu papel no processo criativo: o cara tratou, escreveu a história e etc e tal. E contou com a ajuda de Jared Purrington, chamado não à toa de talentoso, que finalizou e aquarelou. Enfim, dei o caminho das Pradas. Clique djá!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

O diabo a quatro veste Prada

Ando fugindo de escrever aqui o que facilmente se encontra em variados e diversos espaços que se dedicam a escrever sobre moda, mas não resisiti ao tão comentado vídeo da Prada. Para aqueles que ainda não sabem, entrou no ar essa semana que passou, um vídeo com desenhos cujas estampas fazem parte da coleção primavera-verão da grife. O vídeo, de autoria do estúdio de design gráfico 2x4, tem toda uma estética art-noveau, misturado a desenhos RPG Dunges & Dragons, ainda a psicodelia e otras cositas. O resultado é uma Eva nos Jardins de Prada, comendo da maçã proibida, tendo a folha de parreira sendo substituída por um luxoso vestido e por fim ganha de presente de um Fauno, uma maravilhosa bolsa: "- Ohhh", diz o coro encantado. A trilha, composta pelas irmãs Coco Rosie, completa a aura do conto de Prada. Para assistir o vídeo, basta entrar no site Prada e clicar em Trembled Blossoms.



sábado, 9 de fevereiro de 2008

"Quem sabe, sabe, conhece bem, como é gostoso, gostar de alguém"

Will.i.am junto de Jesse Dylan musicaram trechos do discurso das primárias de New Hampshire de Barack Obama. Convidaram outras celebs como Scalert Johansson e John Legend e no melhor estilo We are the world, fizeram o seguinte videozinho:



E eu pergunto: você é a favor desse tipo de envolvimento artístico na política?!

A culpa é do Fidel(?!)

No desenrolar da história e da História, uma garotinha de sobrancelha enrugada e de educação cristã se vê rodeada de babás oriundas de diferentes regimes ditatoriais e mudanças de vida originárias do "novo" modelo político-social adotado pelos pais. Quando invadida por uma casa apertada e sem jardim, comidas esquisitas, "barbudos vermelhos" e afins, a garotinha mimada se questiona e combate valores antigos com os novos, discursados pelos pais. Nunca tive notícias de quando o cinema se utilizou de uma perspectiva "infantil" para discutir um assunto tão de gente grande. O resultado é divertido e por vezes a sobrancelha enrugada passa para nós. Especialmente quando a sensação de falta de esclarecimento fica no ar. Eu recomendo, seja para tentar esclarecer, seja para possíveis enrugamentos sobrancêlicos.



sábado, 2 de fevereiro de 2008

Crônica de um saco cheio

Bajular é: adular, lisonjear servilmente, sabujar. Acredito em vocção para exercer a difícil arte de bajular e percebo, cada vez mais, pessoas muito talentosas onde vim me meter. Passeando por blogs conceituados de moda ou mesmo a comunidade do orkut dedicada ao jornalismo da área, vejo que pouco se discute a abordagem e conteúdo e muito se elogia - jornalista (o) tal, livro de fulano - desses que são realmente bons naquilo a que se dedicam . Nada contra: elogios são sempre bem vindos - críticas idem-, mas o que se faz nos citados meios é o tal lisonjear servilmente, vulgo, puxar o saco. Não questiono aqui a qualidade dos profissionais envolvidos, ao contrário, respeito e reconheço o valor de cada um. Não acho que fizeram um nome à toa, mas eu, sem saco para puxar, prefiro me abster quando não tenho o que acrescentar. Aliás, prefiro achar o saco sim, mas para coçar.

Bom carnaval!

---> O texto acima é uma crônica de uma situação de saco cheio crônico =D

---> Aqui e aqui comprova-se o que disse.