sábado, 19 de abril de 2008

Ugly Glasses

Eu acompanho o seriado Ugly Betty. Acho divertido, fofo e lúdico. O remake de Betty, a Feia mistura-se a "O Diabo Veste Prada" e não falta nada do filme na série: tem uma Miranda - Wilhelmina, uma loira neurótica com o peso, um namorado trocado pelo trabalho e deboches quanto as roupas e peso da protagonista. O fato de Betty ser de origem mexicana, ter um irmão afeminado que adora moda e da/o irmã(o) do herdeiro de Mode ser um transexual faz alguma diferença. O resultado é mais divertido, apesar de aparecer o clichê do feiozinho de bom coração. A menina de óculos e aparelho extremamente competente. Mas afinal, por que diabos, vestindo Prada ou não, a imagem do feio vem usualmente acompanhada dos quatro olhos? Nem vou entrar no mérito do aparelho dentário e do peso porque a questão dos óculos me intriga mais. Quando de boa vontade, atribuem o óculos à imagem de intelectual. Daí mistura-se tudo e sai um "vitaminado" intelectual feio. A questão é que óculos virou acessório. As opções disponíveis no mercado são imensas. Não temos mais que nos contentar com os enormes óculos da vovó - a não ser que se queira um estilo retrô. Ser looser agora é cool. A imagem do nerd saiu da cadeira colada ao quadro negro, direto para as passarelas. Aposto 5 óculos Dior que Betty quando for ex-feia, abandonará a lupa e eu sou contra. Além do mais, quando a modelo não ajuda, não há óculos no lixo que faça a diferença. Como bem diz o Barão de Itararé: "quem ama o feio, é porque o bonito não aparece". Sou a favor de a beleza crescer e aparecer e óculos continuar marcando presença.

Bettys: a feia original, a feia remake e America Ferrera, a atriz sem óculos


Johnny Depp e Rivers Cuomo, vocalista do Weezer. O sexy-intelectual e o nerd-fofo

Harry Potter e os redondinhos que complementam o visual


Clark Kent, jornalista nas horas vagas. Não é um pássaro, mas é um "avião"

Woody Allen, o intelectual feio: eu casava


Eu, 4.0 graus de miopia e nenhum grau de conhecimento em Photoshop

quarta-feira, 16 de abril de 2008

A vida em cor de rosa

Você já se imaginou vestindo apenas a cor de sua preferência?! Além disso, ter objetos e pertences com essa cor? Thaís Galdino, a menina da foto, sim. Desfila toda a sua cor (de rosa) pelos corredores de uma faculdade de moda do Rio. De lingerie à caneta tudo é pink em variados tons. A entrevistei para entender um pouco mais desse universo monocromático.

Como e quando você tomou a decisão de só vestir rosa?
Não foi uma decisão. Aconteceu naturalmente já que eu não me sentia bem - como não me sinto bem-, com outras cores e se eu não gosto de uma coisa não vou usar e ponto.

Você não tem medo de cair na obviedade?
Muitas vezes as pessoas acham que conhecem as outras só por verem passar ou por terem conversado uma vez, mas a verdade é que nada é tão simples assim. Não é por que as pessoas sabem que eu vou usar a mesma cor todos os dias, que elas me conhecem de verdade. Mesmo dizendo que sim, ninguém conhece o outro na sua verdadeira essência, só por ver passar. Não corro o risco de ser óbvia e mesmo se corresse não me preocupo com que os outros pensam ou dizem de mim. Já me acostumei... Ah! Uma coisinha a se pensar: Hitler exterminava todos aqueles que não eram louros e que não tinham olhos azuis, mas ele mesmo não continha essas características e ninguém pensou em matá-lo por conta disso. Não era a coisa mais óbvia a se fazer?!

No que a sua predileção por rosa influencia em sua visão da moda?
Não acho que os outros teriam que ser iguais a mim, mas quando se lida com o preconceito de perto aprendemos, ao menos eu aprendi, a não ter os mesmos pensamentos dos outros, não fico reclamando ou falando de um ou outro por vestirem isso ou aquilo, temos que respeitar as pessoas como são. Essa predileção me fez passar por situações em que percebi o que muitas pessoas adoram fazer que é falar mal dos outros, assim, me mostraram como injustos são aqueles que julgam , sem nem mesmo enxergar a si próprios. A moda é um meio de mostrar estilo e atitude e estilo cada um tem o seu.

Você criaria uma coleção toda rosa?
Com certeza sim! Provavelmente seria a coleção que me traria mais orgulho. Quando se faz algo que tem sua alma envolvida, com certeza, é o que te inspira mais.

Quais são seus ícones fashions?
Não me inspiro em ninguém, ao menos não propositalmente, mas ícones que valem serem ressaltados seriam: a Barbie, um brinquedo que tornou-se um ícone conforme os anos, Marilyn Monroe, que personificou o glamour de Hollywood com incomparável brilho e energia que encantaram o mundo até hoje. E é claro Madonna, assim como a anterior, é um exemplo de polêmica e personalidade forte e eu adoro isso! Admiro pessoas que, como eu, encaram a polêmica e a crítica com naturalidade e bom humor.

E você não enjoa de vestir sempre a mesma cor?
Sinceramente não, e se não enjoei até agora, não enjôo mais. Quando olho para todos os meus pertences e vejo tudo rosa, penso: “Nossa, que lindo!”. E é nesse momento que me sinto melhor ainda.

Essa foi a "menina cor de rosa" que, de acordo com seu discurso, não seria alvo de nazistas. Aliás, não deve ser alvo de coisa alguma, já que vivemos sob um regime que prega a liberdade. Uma liberdade aplicável à loiros, negros, albinos, azuis e rosas.

sábado, 12 de abril de 2008

Na aba do meu Chapelle

Estreou essa semana em terras cariocas, no espaço Oi Futuro, a exposição do americano David LaChapelle. A mostra “Heaven to Hell: Belezas e Desastres” traz uma compilação de 25 fotografias, além de vídeoclips dirigidos pelo artista e o documentário “Rize” exclusivo no Brasil que trata do universo krumping, uma dança pra lá de esquisita surgida em Los Angeles.
A mostra, que viajou do museu Malba de Buenos Aires para São Paulo e agora para o Rio, trouxe em sua bagagem as típicas imagens surrealistas bem humoradas e (bem) coloridas que misturam o real a um lúdico “fantástico”. O exagero da décadence avec élégance são apreciados em seus instantâneos nada espontâneos. Bem, como já diziam meus amiguinhos que falam o internetês:
fik a dik.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

É tudo verdade

Em pesquisa recente realizada em faculdades, majoritariamente ligadas à área de humanas, 88% dos entrevistados afirmaram não importar-se com a moda. Desmerecendo a questão do gênero, a pesquisa foi realizada para comprovar o valor secundário ou até terciário oferecido ao assunto. Confrontados se conheciam pesquisas e trabalhos acadêmicos dedicados ao assunto, 99% respondeu negativamente. Confrontados acerca da importância econômica que movimenta milhões para o país, 100% gaguejou. O objetivo da pesquisa foi além de comprovar dados já sentidos por estudantes e profissionais da moda, alarmar uma sociedade conhecida ironicamente por pós-moderna. Essa área possui profissionais sérios, que estudam e têm tanta propriedade para discutir certos assuntos quanto profissionais de ouras áreas. A vaidade, já um tanto discursada como certeira nos bastidores e corredores da “moda”, é tão certeira nas cadeiras de acadêmicos e corredores onde desfilam os ditos intelectuais. O preconceito, no entanto, que já não é tendência desde 2389893 A.C, persiste em preservar seu lugarzinho cativo no guarda-roupa daqueles que, despreocupadamente, apanham as primeiras peças de roupa que vêem pela frente.




P.s: a pesquisa foi mera forjação para criar caso. É uma pequena homenagem a um colega mestrando em Filosofia que disse ser inútil estudar moda. O título foi inspirado em um festival de documentários que está saindo de cartaz essa semana no Rio.